Dois artistas de renome internacional, recentemente diplomados no
Instituto Franco-Brasileiro de Pesquisa sobre Tragédias Jocosas,
tem o prazer de lhes apresentar essa mítica obra-prima de Verdi.
Intrigas…Amor…Traição…Lágrimas…Paixão…
A Companhia adverte, contudo,
não se responsabilizar por possíveis
transbordamentos e bobagens excessivas.
” O trágico destino de um bufão contado por palhaços”
Não foi por acaso se, na busca de um pretexto para um delírio lírico- clownesco, nossa escolha aponta para a Ópera Rigoletto…
Além das árias inesquecíveis, que já fazem parte do inconsciente coletivo, essa obra traz ao palco a figura do bufão, e como ele, ela é banhada de uma aura de maldição. O texto original, “Le Roi s’amuse” de Victor Hugo, que narrava a indecência, o luxo e as orgias da corte do Rei François I, foi submetido à censura, e a Ópera de Verdi, mesmo obtendo a aclamação imediata do público, teve em seu percurso as mesmas dificuldades.
Flamboia Bundalinda e Gambito Pernafina, com sua atraente falta de jeito e sua ingênua convicção de continuar fiel à obra, suscitam o desejo de redescobrir essa obra-prima e sua crítica do poder sempre atual.
“Questo padrone mio,
Giovin, giocondo, sì possente, bello,
Sonnecchiando mi dice:
Fa’ ch’io rida, buffone! …
Forzarmi deggio e farlo! … Oh dannazione! …”
E meu patrão, jovem, feliz potente e belo,
Me diz com um ar displicente: bufão, faz-me rir!
E eu tenho que me forçar à fazer! Maldição!